Livro: Suicidas
Autor: Raphael Montes
Editora: Companhia das Letras
Edição / Ano: 1ª - 2017
Idioma: Português
Classificação: 5/5
Um aspirante a escritor, Alessandro sonha em ter suas histórias lidas e publicadas por uma das melhores editoras do país. Um jovem rico mimado, Zak sempre teve tudo o que quis. Melhores amigos, suas mães se conheceram jovens e sempre foram grandes amigas. Não podia ser diferente com os filhos que sempre conviveram desde quando tinham oito meses de idade. Hoje, jovens adultos, cursando direito, encaram a realidade da vida: um com a rejeição de seu livro pelas editoras que tanto admira e, o outro, o mundo imposto pelos ricos que faz com que a pessoa se sinta vazia. Tal realidade faz com que depois de um acontecimento fatal eles tomem a decisão que vai mudar a vida de todos para sempre.
Depois de um ano do suicídio coletivo que virou história, a investigadora Diana decide reunir todas as mães dos envolvidos para leitura de uma evidência que foi encontrada no porão da Cyrille's House, local onde ocorreu a surpreendente história. A evidência é um livro que foi escrito por Alessandro durante todo o processo, desde a tomada da decisão até o último tiro. A história é contada em tempo real. A sua ideia é que com a ajuda das mães todas possam identificar alguma peculiaridade que explique os motivos de cada um dos nove jovens que decidiram por tirar suas vidas. Porém, será que conseguirão passar pela leitura e aguentar escutar com detalhes a morte de cada um de seus filhos? A história não está bem explicada, muitos buracos precisam ser preenchidos. E muitos fatos surpreendentes vão surgir.
A escrita de Raphael Montes é precisa e muito instigante. Seu jeito de conduzir o leitor e fazê-lo sentir o suspense é muito sutil, o leitor lentamente sente que está cada vez mais envolvido na história e querendo saber o que vai acontecer. O mistério nesta história foi tão bem tralhado a cada capítulo que o leitor se sente investigando também. A história foi construída em cima de três tipos de narrativas, ou seja, cada capítulo é focado em uma narrativa diferente e são alternados sempre da mesma maneira. A primeira é o caderno de Alessandro, um diário, que sua mãe encontrou em seu quarto e que entregou à polícia para que pudessem entender seus últimos dias; a segunda é a reunião das mães com a investigadora, onde discutem todas as partes de cada capítulo lido do livro escrito por Alessandro durante o processo; e a terceira é a narrativa de Alessandro no livro que escreveu durante o processo.
"... Bela forma de dizer: 'Olha, sinto muito, mas você não é ninguém. Somos uns covardes e preferimos pegar best-sellers norte-americanos e trazer para cá'."
Durante a história Raphael menciona algo muito real: a dificuldade de muitos escritores em publicar seus livros pelas editoras que tanto admiram. Sabemos que realmente não é um processo fácil e que infelizmente é um mercado muito fechado e cheio de privilégios. Com isso, as produções independentes estão ganhando cada vez mais força no mercado literário e os e-books cada vez mais acessados. Muitas editoras estão surgindo com o propósito de ajudar novos autores e isto tem feito o mercado ficar cada vez mais disputado e com muito mais opções. Raphel conseguiu chegar lá. Sua publicação pela Companhia das Letras, uma editora muito conceituada e famosa por lançamentos de grandes autores, foi impecável. Ótima diagramação e revisão. A capa está perfeitas com elementos convidativos que despertam a curiosidade do leitor.
O exemplar lido para esta resenha foi enviado pelo Clube Skoob junto com vários outros brindes e mais um livro de Raphael, Dias Perfeitos (resenha em breve aqui no blog).
Para maiores informações e também ler um trecho do livro, clique abaixo!