Livro: Assassinato no Expresso do Oriente
Original: Murder on the Orient Express
Autor: Agatha Christie
Editora: Harper Collins Brasil
Edição / Ano: 1ª - 2017
Idioma: Português
Classificação: 5/5
O famoso detetive Hercule Poirot está saindo da Síria depois de resolver mais um caso junto ao seu amigo, o Tenente Dubosc. Ao embarcar no Taurus Express, um trem anunciado com todo glamour nos panfletos turísticos, rumo a Istambul onde pretende passar alguns dias de férias, Poirot se depara com um casal com um relacionamento suspeito: Mary Debenham, uma inglesa, governanta, polida e com ar de eficiência e equilíbrio; e o Coronel Arbuthnot, um indiano que está indo à Londres. Chegando ao hotel no qual se hospedaria, Poirot tem um telegrama já à sua espera solicitando seu retorno imediato a Londres. Sem demora, solicita ao atendente do hotel que consiga uma cabine às pressas no próximo trem para Londres, o Expresso do Oriente. Surpreendentemente cheio para a época do ano, Poirot tem a sorte de encontrar um velho amigo, M. Bouc, que também é diretor da companhia de trens e por isso consegue com que Poirot embarque no lugar de passageiro que não chegou a se apresentar.
Sendo o trem um local de muito movimento e de viagens muito longas, já é de se esperar encontrar pessoas de todo tipo de nacionalidade e personalidade, e, Poirot com seu olhar investigativo, não consegue deixar de observar os passageiros e analisá-los minuciosamente como quem guarda um relatório de cada um. Mas, mal sabe ele, que precisará deste lembrete mais que tudo, já que dentre os passageiros se encontra o Sr. Ratchett, um senhor muito rico que se diz ter muitos inimigos e por isso oferece dinheiro a Poirot para que o mesmo possa protegê-lo. Negando a oferta, Poirot não poderia imaginar o que aconteceria naquela mesma noite, quando o trem, parado em Belgrado devido às más condições climáticas (muita neve), seria o cenário de um crime brutal durante a madrugada. Fazendo com que todos ficassem atentos uns aos outros, afinal de contas, estavam todos presos no trem e todos eram suspeitos.
"(...) Então, talvez, todos que estão aqui seriam ligados por um único elo, a morte."
A lista de suspeitos está pronta:
Um italiano grandalhão com maus modos;
Um típico inglês com ar de reprovação;
Um americano corpulento que parece um caixeiro-viajante;
Princesa Dragomiroff: extremamente rica, feia e com um ar aristocrático;
Mary Debenham e Coronel Arbuthnot: um casal com relação suspeita desde o Taurus Express;
Uma mulher Russa alta, de meia-idade e de feições amáveis;
Uma mulher americana com tanto orgulho de sua filha que não conseguiu deixar ninguém em paz com suas histórias;
Uma mulher sueca de meia-idade e um rosto inexpressivo;
Um casal da embaixada húngara, discretos e de bela aparência;
MacQueen , acompanhante e empregado da vítima.
Agora é só começar a sessão de depoimentos. Aonde será que isto os levará? Com tantas reviravoltas e descobertas, aonde este caso vai parar?
Publicado em 1934 pela primeira vez, o romance policial da considerada Rainha do Crime foi considerado um dos livros de maiores sucesso da autora senão o maior de venda. Ele conta mais um dos casos de seu detetive mais famoso, Hercule Poirot, que já tem mais de 40 casos publicados pela autora, sendo este seu décimo. Hercule Poirot, é um detetive Belga, sempre confundido como sendo francês, baixinho e gordinho que carrega com orgulho um grande bigode. Apesar de caricato, este personagem é muito inteligente e muito esperto. Com muita experiência de investigações na bagagem (quase literalmente pois investiga casos por toda Europa), este é um daqueles casos que cai de paraquedas em seu colo simplesmente por estar no lugar e na hora certa (ou errada, depende do ponto de vista). Mas como gosta de um bom desafio, faz o seu melhor neste caso, sempre sendo coerente e justo.
A editora Harper Collins Brasil publicou uma edição de capa dura que faz parte de um box com mais dois livros da autora no ano de 2014. Este ano, na Bienal Internacional do Livro Rio de Janeiro, a editora relançou o título. O relançamento foi revisado e está muito bem escrito tal como o anterior. O trabalho de formatação e diagramação foi muito bem feito. Algo importante a destacar é que neste título, a autora optou por dividir a história em quatro partes, cada parte com um título e cada capítulo das partes também são intitulados. A narrativa, assim como os títulos, é muito sugestiva: em geral parece um relatório policial, o que faz o leitor se interessar cada vez mais ao perceber que está acompanhando e se envolvendo em uma investigação intensa. A linguagem é uma pouco mais rebuscada em vista que o livro foi publicado pela primeira vez na década de 30 e em sua tradução manteve-se a integridade da escrita original.
As reviravoltas e surpresas são um toque a mais. Tendo isto em mente e todo o sucesso do livro, o mesmo atraiu a atenção de produtores, além de séries de televisão, o livro teve sua primeira adaptação para o cinema em 1974 e está ganhando uma nova este ano. Neste mês de novembro estreia uma nova adaptação para o cinema e conta com Kenneth Branagh interpretando Hercule Poirot além de ser o diretor. Além dele, outros atores de peso fazem parte do elenco, como Johnny Depp, Penélope Cruz e Michelle Pfeiffer. Com um elenco assim o filme promete ser um sucesso e o suspense ainda maior. Quem será o assassino?